Foto: acervo pessoal / Raquel Trindade |
Parece
que foi outro dia quando adentrei à sala de parto e o médico me disse que daqui
a pouco estaria com meu bebê nos braços. O bebê não me deixou saber nos
ultrassons se era menina ou menino até a hora do nascimento. Foi uma emoção
muito grande quando soube que era uma menina. Momento inesquecível em que
chorei muito, mas de alegria.
Ela era
perfeita e muito parecida com o pai. Parecia até ser só filha do meu marido. A
gente carrega na barriga por 9 meses e, em alguns casos, quando nascem, parecem
nem ser nossos filhos.
Ela
mudou, ficou toda "misturada" com a minha genética e a dele. E foi
justamente por isso que eu um dia desejei engravidar (só depois de casada,
antes disso eu dizia que nunca seria mãe), para ver como seria a
"mistura" de nós dois. Gostei do resultado (risos).
Quando ela completou 1 aninho, fiz uma festa. Eu mesma fiz absolutamente tudo.
Comecei a preparar os salgados uns 2 meses antes e congelei. Eu mesma fiz a
decoração no estilo DIY. Piu-Piu e Frajola foi o tema e ficou tudo lindo. Aprendi
a fazer docinhos de Leite Ninho com minha sogra e fiz uma mesa decorada com
eles. Para mim como mãe, a festa foi inesquecível, mas para ela que só queria
meu colo, foi maçante.
Foto: acervo pessoal / Raquel Trindade |
As demais
comemorações, até os 6 anos, foram todas na casa da minha sogra, no Rio de
Janeiro, junto com alguns primos que moram lá. Sempre tinha um bolo temático,
salgadinhos e docinhos, tudo feito com esmero pela vó e pela tia.
No
entanto, quando completou 7 anos, contratamos um buffet para uma festa mais
estruturada, com brinquedos para as crianças, decoração mais profissional, etc.
A maioria dos coleguinhas de escola e primos estavam presentes. Ela lembra que
queria continuar brincando e teve que colocar um vestido mais bonito para
cantar os “parabéns”.
Quando
completou 10 anos, fizemos a festa do pijama. Ah, essa foi inesquecível!
Encostei todos os móveis num canto e várias meninas "acamparam" na
minha sala. Foi muito legal! Ninguém dormiu a noite inteira, nem eu, porque não
paravam de falar.
Aniversário é algo que em minha opinião, deve ser comemorado com muita
alegria. Quantos não chegaram à essa idade? Alguns não se
sentem animados para isso, mas deveriam pelo menos por gratidão ao fato de
estar com vida.
Antes dos
anos 80 ou 90, algumas festas em buffets eram pontuais, como a de 15 Anos, Casamento,
Bodas de Prata e Bodas de Ouro. As demais eram feitas por nossas mães no estilo
feito a mão mesmo. E ficava tudo muito delicioso, além de nos divertirmos com
nossos primos e irmãos. Eu me lembro de uma única festa que tive quando completei 13
anos e meu pai fez o bolo enfeitado com pêssegos. Para mim foi inesquecível.
Com o
passar dos anos, não sei se pela diminuição do número de filhos por parte dos
casais, as festas começaram a ser feitas em buffets infantis, quando eram
convidados os coleguinhas da escola, os poucos primos e possivelmente algum
irmão.
Ultimamente,
no entanto, a gente vê festas glamourosas em buffets, cheias de cerimônia, para
comemorar em qualquer idade. Não que eu critique a escolha desse tipo de festa e
acho que adultos curtem bastante. Eu mesma, quando vou a festas desse tipo,
me divirto bastante.
Mas para
as crianças, às vezes elas são cansativas. Os brinquedos são legais, mas uma
festinha mais simples, muitas vezes traz muito mais alegria e realização para
os pequenos.
A questão
também é que algumas festas são contratadas sem que a pessoa tenha sequer
condição financeira para isso. Parece que
existe uma necessidade coletiva de aprovação, onde se tenta demonstrar ser
bem-sucedido, mesmo havendo desequilíbrio com os gastos financeiros. O perigo é
que seja mais valorizado na pessoa o "ter" (material) do que o
"ser" (afetivo). Os pais, como totais responsáveis na
formação moral dos filhos, devem ensiná-los a ter equilíbrio nesse contexto.
Recentemente fiquei sabendo, no entanto, que alguns buffets estão preparando "Festas Afetivas", aquelas que tocam o emocional do aniversariante e dos convidados. Fui pesquisar a respeito e achei o conceito muito interessante.
Esse tipo de festa tem como
objetivo, o resgate da simplicidade. São festas feitas no próprio ambiente
familiar, festejando e valorizando a essência da família. São normalmente
festas feitas como antigamente, com o envolvimento da família na criação de
parte ou do todo. É uma festa com significado para os participantes. Também são
chamadas de homemades parties.
O termo “Festa afetiva” foi concebido em 2011 pela decoradora Tathyana Abreu para designar o trabalho que ela desenvolve como profissional decoradora
de festas para as clientes dela.
"...é animador assistir ao resgate do simples e descomplicado, com
festas intimistas e afetivas que buscam nada mais que produzir gostosas
recordações, e festejar afetivamente. É revigorante ver, em tempos de festas
espetáculo, comemorações em que há uma reunião com significado, apenas pela
presença dos que estão ali. É gostoso ver a alegria da criança ao ganhar um
presentinho, e logo poder abrir e se deliciar com a surpresa ali mesmo, sem a
necessidade de seguir o roteiro do “agora não é hora de abrir os presentes”. É
confortável poder receber pessoas queridas, servi-las com guloseimas desiguais…
e tudo bem! Elas são de casa e não se importariam com esses detalhes. Que
importância tem a perfeição dos doces, afinal?" – se quiser, leia o texto na íntegra: Por menos festa infantil espetáculo e
mais festa afetiva.
Durante
essa semana minha filha completou 21 anos. Viajamos de Santos/SP até
Londrina/PR para comemorar junto com ela. Não planejei nada antes, porque nem
sabíamos se seria possível realizar a viagem. Achávamos que só no mês de agosto, quando ela
teria férias, estaríamos todos juntos. Mas ponderamos e achamos melhor assim.
A única
coisa que ela me pediu foi que fizesse um bolo de leite Ninho, e eu fiz. A festa foi afetiva, com certeza. Foi no ambiente familiar, estávamos em
oito pessoas: nós, os pais, cinco amigas da faculdade e uma das colegas que
divide o apartamento com ela (a outra está de férias e viajou). Além do bolo de
Leite Ninho, preparei uma torta de palmito e brigadeiro na tigela (porque
as amigas não quiseram que eu colocasse nos copinhos) que foi comido de colher. Recebi elogios, porque faço o brigadeiro com cacau e elas perceberam a diferença.
Foto: acervo pessoal / Raquel Trindade |
Foi uma comemoração
simples e ela curtiu muito, muito mesmo.
Ficou
feliz também, porque durante a tarde já tinha tido uma festa surpresa perto de
onde estuda, preparada por essas mesmas amigas, com direito a chapeuzinhos e
balões coloridos. Essa festa surpresa ficará na lembrança como algo inédito.
Digo inédito, porque uma frustração que ela sempre teve é por fazer aniversário
durante as férias e nunca ter comemorado com a turma da escola na data certa.
Eu até preparei festa na escola, mas sempre adiantava o calendário da
comemoração para o final de junho.
Então, a
alegria foi realmente completa na chegada aos 21.
Minha
gratidão é porque tivemos condições de estar presentes nesse momento tão
especial para ela e para nós como pais. Amo minha filha e ver o sorriso
estampado em seu rosto é algo que me traz uma alegria imensa. Parece que renova
minhas forças para continuar fazendo sempre o melhor que puder por ela.
Este texto participa da Blogagem Coletiva Semanal #52semanasdegratidão de Elaine Gaspareto, cujo objetivo é valorizar e compartilhar nossas pequenas e grandes alegrias... nossas vivências e aprendizados.
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"Criatividade é a inteligência se divertindo" - Albert Einstein
Achei muito bacana!
ResponderExcluirEsse brigadeiro está parecendo maravilhoso, hein?
Parabéns pela postagem!
Eliziane Dias
Que post mais bonito, Raquel
ResponderExcluirPor aqui também sempre fiz e tive festas em casa e sempre foram afetivas
Parabéns para sua princesa!
Quando rolar o encontro do grupo, vou querer este brigadeiro!!
Bjks mil