Aqui em casa, o Dia das Crianças surgiu no ano de 1996. Quando soube que estava
grávida, uma alegria imensa inundou meu coração. Logo eu, que nunca sequer
tinha sentido “aquele” desejo de ser mãe. Mas quando tive a certeza (só quando
fiz o ultra-som, porque não sentia nada) que havia um serzinho crescendo dentro
de mim, fiquei em estado de graça. Minha vida mudou e quando essa criança
nasceu então, aí fiquei meio fora de mim.
Chorei muito na sala de parto e
durante um bom tempo fiquei imaginando que “todos” um dia foram crianças.
Cuidei muito bem de minha filha, tinha tantos cuidados com ela e ficava
imaginando aquelas crianças que nasciam de qualquer jeito, não eram cuidadas,
não eram amadas. Imaginava meu pai, uma pessoa que só vi sofrer com uma doença
cruel que é a insuficiência renal e lembrava das histórias de que ficara órfão
cedo e havia sofrido muito nas mãos de seu padrasto. Pensava: os moradores de
rua um dia foram bebês e como foram tratados? Fiquei muito reflexiva nesse
período.
Hoje minha filha já cresceu, mas curti muito o período em
que era criança. Se quiser saber a história de como surgiu o Dia das Crianças no Brasil, veja aqui.
O nome que escolhemos para ela, Letícia, significa “alegria” e ela realmente foi uma
criança muito alegre, muito feliz.
Deus a abençoou com muitos mimos que ganhava
das tias, avós, parentes e amigos, e nós adquirimos somente uns poucos perto da
quantidade que teve. No entanto, teve muitas bonecas como Barbies, Susies, Loly
Pop, Bebê Banhinho, Polys e várias outras. Ganhou também vários bichos de
pelúcia da prima do meu marido (tem uma coleção). E joguinhos que ganhou de
vizinha, de amiga da mamãe, etc. Mas nós, como pais, a ensinávamos a dividir, principalmente por ser filha única.
Quando vinha alguma criança visitar-nos, queria usar seus
brinquedos, surgia um pouco de ciúmes. Então, nossa fala para ela era: “ -
Filha, você pode brincar com isso todos os dias. Deixa a(o) amiguinha(o)
brincar um pouquinho”. E ela, muito doce, sempre entendia e não ficava triste.
Uma coisa fazíamos todos os anos para a incentivar a dar um pouco do que tinha. Na época do aniversário, dia das crianças e Natal, a convidávamos para “abrir espaço” no armário. Ficava um pouco resistente, mas acabava fazendo, porque sabia que ganharia mais brinquedos e não teríamos onde guardar.
Sempre gostou de aprender e chorava aos três anos por não saber
ler. No período em que estava chegando a hora de estudar (aos quatro anos),
Deus me abençoou com um trabalho e a coloquei numa escolinha que ela curtiu
muito, mas já conhecia todas as letrinhas e falava as sílabas. Lembro que a
diretora me disse que só faltava o “clique” de ligar as sílabas mesmo. Isso
aconteceu quando tinha cinco aninhos no dia 2 de abril de 2002 e foi a
professora do Pré (hoje seria o 1º ano) que a pegou lendo um jornal.
Fotografei muitos momentos dela “aprontando” e algumas vezes se
metia em encrenca e chorava.
Subiu sozinha, me viu e gargalhou |
Acessando as coisas na cozinha |
Tentou subir e não conseguiu sair mais - chorou muito |
Não podia ver uma caixa que já sentava dentro, até nas de sapato |
Ganhei de presente de 2002 a 2009, um emprego como professora e
ela, uma bolsa de estudos. Alguém tem dúvidas de que foi Deus que preparou tudo
isso? Eu não!
Para mim, embora tenha tido uma infância pobre quase sem brinquedos (eu e meus irmãos), o Dia das Crianças é um dia de muita alegria, porque celebra a vida.
Comemore com seus filhos esse dia, porque logo eles deixam de
ser crianças. Fotografe bastante e curta muito mesmo, porque o tempo passa
muito rápido.
Ai que linda! Lembro dela nessa fase tão gostosa!
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