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Navegando pelos mares: minha primeira viagem de navio

Passadiço de um navio
Passadiço - Imagem: pexels.com


Continuando a escrever para o BEDA, hoje trago uma história de um período que marcou a minha vida tanto com alegrias, quanto com desafios.
Me casei e tive que assumir uma vida que não havia sonhado ter. Mas sabe, na verdade não havia sonhado com nada. Nem havia me imaginado casada.

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Desafios na vida de uma esposa de marítimo

mulher de vestido azul e branco
Foto: Valeria Boltneva - Pexels

Desafios na vida de uma esposa de marítimo


Para quem não sabe, o "marítimo" não é o "marinheiro" (apesar de este também poder ser um marítimo - pessoal do convés). Ele trabalha só na Marinha Mercante e o marinheiro é a pessoa que trabalha em embarcações em geral ou assiste à sua operação, manutenção ou serviço. Se quiser, leia mais no texto Ser Marítimo

Quando me casei, acompanhei meu marido, porque ele trabalhava como Oficial de Náutica.  Ele trabalhava na Marinha Mercante do Brasil (levava mercadorias de um porto ao outro), dentro e fora do Brasil. A tripulação de um navio é composta por vários profissionais em várias funções. Ser Oficial de Náutica, nada mais é do que ser o "piloto" do navio, fazer a navegação. 

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A escolha profissional nem sempre é fácil


A escolha profissional nem sempre é fácil. São muitas opções que se colocam diante de nós. Eu por exemplo, fiz como graduação Educação Física, mas nunca exerci essa profissão além do estágio. Meu trabalho mais efetivo foi como professora de Informática. Mas essa graduação me abriu portas de trabalho em uma grande empresa e depois nas escolas (mesmo sendo outro conteúdo), por ter Licenciatura.

É importante estudar, mas decidir sobre uma escolha profissional aos 17 ou 18 anos é algo muito difícil. Conheço pessoas que gastaram dinheiro e tempo, para depois de meses ou até anos, desistirem. Para que a pressa? Considero ter que fazer essa escolha tão cedo, muito cruel. Um adolescente, na maioria das vezes ainda não tem maturidade para saber realmente o que quer ser/fazer na vida.

Sempre deixei claro para minha filha, que não era necessário ter pressa nessa escolha. Dizia a ela que tudo o que não queríamos era que começasse e desistisse, trazendo prejuízos. Em princípio, ela não sabia o que escolheria como carreira profissional. Mas, foram na verdade, muitas escolhas.

Universidade Estadual de Londrina


A saga de uma escolha profissional

Quando pequena, desejou ser médica pediatra e depois desejou ser psiquiatra. Quando tinha uns 10 a 12 anos, conheceu o Photoshop e Photoscape e fazia montagens de bandas como McFly de quem era fã. Então, quando estava no 1º ano do Ensino Médio desejou fazer Publicidade e Propaganda. No entanto, alguém a desestimulou dizendo que ela era muito tímida e que não daria certo. Internalizou aquela crítica e decidiu não querer mais.
Fez testes vocacionais que apontavam para muitas opções, mas nada era a cara dela. Apontaram para jornalismo e até para que fosse médica cirurgiã. Como na época ela estava vidrada em Greys Anatomy, achou que seria essa a melhor escolha. Pensou também em arquitetura. Saiu do Ensino Médio desejando fazer cinema (nessa escolha, me apavorei! risos), mas quando fez intercâmbio voltou-se novamente para a área de Publicidade e Propaganda.
Entrou no Cursinho Pré-Vestibular convicta desta última opção.  Mas, ao entrar em contato com questões de críticas sociais, sua visão abriu e desejou não contribuir para o consumo desenfreado de coisas pelas pessoas. Pensou então em Ciências Sociais.
Nessa época, em 2015, a questão da alteração ou não da maioridade penal, estava em alta. Nesse período, um colega de cursinho foi assassinado num assalto. Os comentários pesados nas Redes Sociais de que os menores deveriam ser mortos, a fizeram perceber a carência de ajuda. Lembrou-se de que numa discussão em grupo, esse colega havia exposto sua opinião de que não era a favor disso e ela concordava. Começou a pensar no que poderia fazer para ajudar menores de idade antes que entrassem para o mundo do crime. Escolheu então Psicologia, visando a Psicologia Social. Decidiu aos 47 minutos do 2º tempo. Já tinha feito inscrições para Publicidade em alguns vestibulares, mas trocou por essa nova escolha que agora era a definitiva.
Tirou uma nota razoável no ENEM e escolheu como 1ª opção, a UEL (Universidade Estadual de Londrina). Passou somente na 3ª chamada (presencial). Eram 5 vagas e ela pegou a última. O curso é de período integral e tem a duração de 5 anos.


Escolha da moradia em Londrina

No mesmo dia que estava em Londrina, conheceu duas garotas que queriam dividir um apartamento. Cada uma teria um quarto para si e dividiriam as despesas. Aceitamos a proposta, porque além do imóvel ser bom, a localização era boa também e vimos condições de arcar com essa escolha. Quinze dias depois ela já estava morando lá.
Foi tudo muito estranho, porque num dia eu tinha minha filha em casa e alguns dias depois já não tinha mais. Sempre fomos muito unidas e confesso que foi muito difícil vê-la partir. Até bateu uma certa tristeza por não poder abraçá-la todos os dias. Ela também chorou durante um bom tempo. Disse recentemente que já não chora mais. Já estivemos em sua casa algumas vezes para ficar um pouco com ela.

Mãe e filha


No início de abril, fez um ano que ela foi morar em Londrina e recentemente veio passar o mês de férias conosco. O 1º ano dela terminou em março e as férias só aconteceram a pouco, por causa de greve na universidade. Agora já deixou de ser "bicho" porque vai cursar o 2º ano.

No ano passado, já participou de um campeonato de handebol e pretende entrar no time de voleibol a partir desse ano. Uma coisa boa, é que ela já faz parte da Atlética de Psico e está envolvida no setor de comunicação. Já ajudou a fazer artes para camiseta, abadá e capa para a Fan Page. Ela gosta muito desse trabalho e acho mesmo que tem jeito para publicidade também. Na verdade, ela nasceu e cresceu em meio aos nossos computadores, então é normal que tenha desenvoltura em artes gráficas. Trabalhamos com isso durante um bom tempo em casa anos atrás. Hoje até já usa o meu queridinho Corel Draw (amo de paixão). Para quem sempre preferiu o Photoshop, é uma mudança e tanto.

Sou grata pelo período de férias em que minha filha passou conosco recentemente. Passeamos, assistimos Netflix, fomos à praia, ao cinema, fizemos compras juntas, etc. Foi muito bom para matar um pouco as saudades.


O quarto

Abaixo, foto do quarto dela com o armário vermelho e a escada estante que compramos na Leroy Merlin no período de carnaval. Citei em Descanso e passeios em Londrina.

Quarto


Estante e armário

Voltou essa semana para sua casa porque as aulas já reiniciarão na segunda-feira, dia 17. Nosso almoço de Páscoa teve que ser antecipado.
Quando cito "sua casa", é porque ela mora lá para estudar, mas a casa dela sempre será aqui. Tudo permanece como antes.
Agora é só aguardar uma oportunidade para irmos vê-la novamente.

Meu conselho para você que está em dúvida quanto à escolha da profissão? Não se apresse! Não escolha por escolher. Se necessário, espere um pouco mais e decida com firmeza.


Este post participa da Blogagem Coletiva Semanal #52semanasdegratidão de Elaine Gaspareto, cujo objetivo é valorizar e compartilhar nossas pequenas e grandes alegrias... nossas vivências e aprendizados.


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Lembranças no olhar, no pensamento e no coração.

Lembranças

Despedidas deixam saudades e lembranças. Muitas vezes traz consigo uma certa tristeza, uma certa angústia. Algumas vezes traz saudades do que se foi. Mas as boas lembranças podem nos consolar.

Normalmente nos despedimos de pessoas por causa de separações. Não estou pensando em casamento, mas em pessoas que se vão. Vão para outra cidade, outro pais ou vão para longe de qualquer outra forma, saindo de nossas vidas.
Há pessoas que algumas vezes, apesar de continuarem perto fisicamente, vão para longe dos pensamentos, dos sentimentos. Outros se vão porque morrem, e deixam saudades.

Algumas despedidas emocionam. Um exemplo é quando alguém vai viajar e a gente sabe que aquela é uma oportunidade única. Torcemos para que tudo dê certo e que ela aproveite bem.
Outro exemplo, é quando saímos de casa para estudar e morar fora ou quando nos casamos e nos despedimos de nossos pais. Iniciamos uma nova jornada e o cordão umbilical deve ser cortado. São situações que emocionam.

Quando nos desligamos de uma empresa ou somos desligados, também há uma despedida. Despedida da rotina que tínhamos por um bom tempo, despedida dos colegas, despedida até de alguns planos que precisam ser deixados de lado. Podemos passar por um período de luto e depois só ficam as lembranças, boas ou ruins.
Algumas despedidas são espontâneas, outras são forçadas e podem trazer um vazio na vida e no coração. 

E as coisas? Os brinquedos na infância são um exemplo de coisas que se vão. Quem não lembra do Andy, no filme de animação Toy Story 3, quando teve que se desfazer de seus brinquedos? Teve dificuldades de se despedir de alguns, tanto que resolve levar o Woody para a faculdade com ele.

Da minha infância, só fiquei com lembranças, nada palpável. Mas, minha filha, que já está com 20 anos, não quer se despedir de alguns brinquedos. Um exemplo, são suas primeiras panelinhas que ganhou de um tio. Outra coisa que guarda com carinho, é seu primeiro cobertor (da Minnie), que é mesmo muito foto. 
Eu, como mãe, resisto em me despedir e guardo algumas coisas que foram dela, como todos os seus dentes de leite. Guardo ainda alguns desenhos que fez quando pequena. Guardo também o Diário da Mamãe, quando fazia minhas anotações sobre a gestação e o Álbum do Bebê no qual registrei seus primeiros anos de vida.

Meu marido tem dificuldades em se despedir de seus livros. Temos muitos em casa. Possui o livro de Francês que utilizou no Ensino Fundamental em 1977 mais ou menos. Lembra sua adolescência.

Na verdade, no quesito coisas, o termo correto seria desapego, mas pode haver também esse sentimento de estar se despedindo de algo considerado importante. Uma ideia legal, é fotografar aquilo que você gosta, mas vai desapegar. É difícil nos despedirmos de coisas que nos trazem boas lembranças. 

Fotos também nos permitem relembrar de momentos, de pessoas das quais nos despedimos e de coisas. De uns anos para cá, isso ficou mais fácil por causa da quantidade de fotos digitais tiradas com câmeras ou aparelhos celulares. 

Atualmente, as redes sociais nos permitem ter contato com pessoas que se foram ao longo da vida. É possível interagir e relembrar fatos compartilhados anos atrás. Nos permitem também, relembrar os brinquedos e brincadeiras que fizeram parte da nossa geração.

Eu sou muito ligada em jingles desde criança e encontro alguns no ciberespaço. Lembro de vários, como o do Café Seleto, das Balas Juquinha, das Casas Pernambucanas, do Guaraná Antárctica, do Iogurte Vigor, etc. Quando penso nisso, vem um certo sentimento de nostalgia. Enquanto escrevo esse texto, ouço os jingles no Youtube.

A cada chamado da vida, o coração deve estar pronto para a despedida e para novo começo, com ânimo e sem lamúrias. Aberto sempre para novos compromissos. Dentro de cada começar mora um encanto que nos dá forças e nos ajuda a viver. Hermann Hesse

Lembro de parte da música dos Paralamas do Sucesso que diz "Não estou a seu lado, mas posso sonhar... aonde quer que eu vá, levo você no olhar".

Sou grata por poder levar minhas lembranças no olhar, no pensamento e no coração.


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O objeto mais "vintage" que possuo



Vintage significa algo clássico, antigo e de excelente qualidadeTrata-se de um estilo de vida que remete aos anos 1920, 1930, 1940, 1950 e 1960, e que se aplica em vestuários, calçados, mobiliários e peças decorativas.
As pin-ups dos anos 50 e 60 - perfil de mulher clássica e feminina, mas com ar retrô, sedutor e ingênuo ao mesmo tempo - é outro exemplo de moda vintage

Quando penso nessa época, lembro do filme Pleasantville - A Vida em Preto e Branco. Conta uma história passada nos anos 50. As roupas, carros e mobílias são vintage. Vale uma resenha aqui no Blog (vou tentar em breve). Amo esse filme, mas sou grata pela época em que vivo. A mulher era vista de uma forma diferente de hoje, não tinha liberdade para estudar, para fazer aquilo que gostasse e ser quem quisesse ser. Hoje temos mais "espaço".

Quem casa, quer casa, diz o dito popular. Esse é o padrão de procedimento quando você encontra a pessoa que considera poder viver a vida a dois. Infelizmente nem sempre os casais permanecem assim, mas acredito que as pessoas se casam pensando nisso.
Quando a gente casa, normalmente quer uma casa arrumadinha e no início ela é meio "clean". Compramos os móveis básicos necessários para habitar aquele novo lar e com o tempo, vão surgindo as ideias de decoração. Alguns presentes são ganhos pelo casal e passam a integrar o acervo decorativo da casa.

Quando me casei, ganhei um quadro pintado especialmente para nós. Esse quadro ficou conosco por muitos anos e hoje está na casa da minha mãe. Tenho vários objetos ainda que ganhei nessa época porque sou cuidadosa com as coisas. Muitas pessoas (principalmente nossos familiares) nos presentearam e sou grata por isso. Como dizem: não tenho tudo o que amo, mas amo tudo o que tenho. Tenho tudo de que preciso. Algumas vezes gostaria de ter coisas mais modernas, mas penso ser desnecessário gastar em algo que já possuo. 


Caixa de música

Existem também objetos que fazem parte de nossa história de vida ou familiar. Uma amiga possui uma máquina de escrever que foi de seu avô. Outra amiga, tem um relógio antigo que foi de seu pai. Já uma outra, possui um anel e uma panela que foram de sua mãe. Outra ainda, possui formas de bolo herdadas e um espelho enorme em seu quarto. E outra, tem uma lata porta-arroz que foi de sua avó. Ainda uma outra amiga, possui uma caixa de música que foi de seu avô (foto). Estou citando aqui, pessoas que já passaram dos 50 anos e algumas já não tem os pais vivos.

Aqui em casa, o objeto mais antigo, é uma fruteira de vidro (é pesada!) que minha mãe me deu quando casei. O detalhe é que ela ganhou essa fruteira de presente de casamento no ano de 1961. É bem vintage mesmo! Gosto desse objeto e cada vez que olho para ele, lembro de minha mãe.

Fruteira de vidro

E você, o que tem de mais antigo em sua casa? Conta nos comentários!


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Escrevendo uma Carta de Amor para meu pai


Recebi o desafio de escrever uma carta de amor para meu pai, que já se foi. Pensei nele, e coincidentemente, dia 10 de março, seria seu aniversário. Estaria completando 80 anos de idade. Infelizmente, só viveu até os 54 anos e morreu por insuficiência renal crônica.
É só a simulação de como seria uma carta para ele, se fosse possível que ele a lesse.

Meu pai
1937 - 1991

Oi pai,

Sinto muito sua falta. Gostaria de ter tido sua companhia nos últimos 25 anos. Resolvi então lhe escrever essa carta. Sabe pai, tanta coisa aconteceu...
Uma pena não ter conhecido minha filha, sua neta. Sei que ela curtiria muito você como avô. Lembro do carinho que teve com a primeira e única neta que conheceu. Aliás, ela se casou recentemente. A segunda neta, que estava na barriga da mãe quando você se foi, também já casou. Hoje alguns de seus netos estão graduados, pós-graduados e outros estão a caminho. Seriam motivo de orgulho para o avô. Você teve no total, 9 netos: 5 meninas e 4 meninos.
Você se foi em um período que eu estava começando a ter uma nova vida, estava recém-casada. Não me esqueço do quanto tremia ao adentrar a igreja comigo e eu tentava te acalmar. Fui a única de minhas irmãs a ter esse privilégio, ter você me levando ao altar. Estava muito nervoso e emocionado. Sei o quanto meu casamento te deixou feliz, porque sei que amou meu marido desde o primeiro momento. Se tornou seu amigo rapidamente. O sentimento de amor da parte dele, foi recíproco.

Quando tinha 8 anos de idade, soube que você estava doente. Vocês tinham comprado um terreno com uma casinha nos fundos. O sonho era construir uma casa na frente, onde criariam seus filhos, que na época já somavam quatro. Por não conseguir continuar trabalhando no emprego que permitiria a realização desse sonho, teve que devolver o terreno e a casa. Que tristeza! Voltamos a morar de aluguel e o sonho nunca se realizou.
Você tinha na época, somente 34 anos. Seu estado de saúde só piorou ao longo dos anos seguintes, mas nunca, mesmo doente, deixou de trabalhar para termos onde morar.
A insuficiência renal crônica que teve, lhe rendeu três cirurgias para remover pedras de um único rim que funcionava. Até hoje me pergunto: qual a probabilidade de alguém ter um rim mirrado (encolhido) e no outro um problema tão sério de disfunção? Mas, você teve, infelizmente. Se o problema surgisse hoje, talvez você tivesse um tratamento adequado.
Lembro-me dos últimos anos de sofrimento, fazendo hemodiálise duas vezes por semana. Você ia sozinho ao hospital, porque estávamos trabalhando e/ou estudando. Muitas vezes passou mal e chegava em casa quase transparente, sem cor, semimorto. Era triste ver seu sofrimento. Infelizmente o transplante de rim não aconteceu a tempo e Deus achou que era a hora de te levar.

Gostaria de te agradecer. Foi você quem me estimulou sempre a estudar para nunca ter que passar dificuldades como havíamos passado em casa. Se precisasse trabalhar, eu teria uma formação. Comprava nosso material escolar com seu décimo terceiro e deixava só os livros para depois. Era uma preocupação sua que estudássemos. Tinha isso como prioridade.
 Nunca nada nos faltou, porque sei que Deus cuidou de nós e outras pessoas também ajudaram. Mas, não posso tirar o seu mérito quanto ao esforço que sempre fez para sustentar nossa família. Deixou um bom exemplo para nós como filhos. Sempre foi batalhador e trabalhador. 
Lembro nos finais de ano, das caixas de guaraná que comprava (tinha uma coleção de garrafas retornáveis) e da caixa de uva que nunca faltava. As coxinhas enormes, não podiam faltar também e era assim a nossa festa. Como crianças, nos satisfazíamos nessa simplicidade.
No dia a dia, gostava de comer a comida sempre com farinha. Se não tinha na hora do almoço ou jantar, pedia para alguém ir comprar. 
Minha gratidão a Deus por ter tido um pai tão esforçado e responsável. Nunca fugiu à luta até o final de sua vida.

Sei de sua história de vida, o quanto sofreu desde pequeno. Perdeu o pai aos 9 anos e teve que conviver com um padrasto violento. Perdeu junto com seus dois irmãos, a herança deixada pelo pai, por causa dessa pessoa sem escrúpulos e que também era viciada em jogos. Sei que não era uma pessoa amorosa, porque nunca recebeu amor. Hoje até entendo esse lado de sua personalidade.
Admiro a flexibilidade que tinha em relação ao trabalho. Você foi motorista de caminhão, bancário, garçom, pintor de paredes, pipoqueiro, fotógrafo, vendedor ambulante, etc. Sempre encontrava algo para fazer mesmo doente. 

Lembro que sempre gostou de música e instrumentos. Havia cantado no coral da igreja uma certa época. Nós, os filhos, acho que os sete, herdamos sua veia musical, mas somente na voz. Admirava a facilidade com que conseguia tocar instrumentos que lhe chegavam às mãos. Lembro da gaita, do acordeom e do violão. Acho que chegou a tocar instrumento de sopro também. Sua veia musical em relação aos instrumentos, a maioria de nós não herdou. Até aprendi um pouco de piano na adolescência e você me incentivava, mas não fui em frente. Somente um de nós toca violão e não sou eu porque nunca me interessei.
Ah, e a Matemática? Era admirável! Apesar de ter estudado pouco, sabia fazer cálculos de cabeça como ninguém. Não precisava de calculadora. Até aprendi um pouco esses cálculos de cabeça, mas nunca o superei.

Bem, vou ficando por aqui. Gostaria que estivesse aqui para comemorarmos essa data. Você se foi e deve estar muito bem. Infelizmente, não poderei dizer pessoalmente o quanto te amei e amo as lembranças que deixou. Nem todos têm esse privilégio, de ter um pai-herói, como eu tive.
Te amei como filha, mas acho que quase não te falei isso. Um dia nos encontraremos e quero te abraçar muito. Me aguarde! Não sei se demoro, porque ninguém sabe o dia de amanhã.
Ah, esqueci de te contar que a mãe continua por aqui. Bem, você deve saber, porque ela ainda não te encontrou.
Beijos. Fica com Deus!


Com muito amor, de sua filha, Raquel.


“Vós não tendes o poder de saber o que acontecerá no dia de amanhã.
Que é a vossa vida? Sois, simplesmente, como a neblina
que aparece por algum tempo e logo se dissipa.”
Bíblia Sagrada



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Quer casar comigo?


–  Quer casar comigo? –  disse ele sem hesitar.
– Acho que não! – respondeu ela – assim, tão rápido?
– Por que não? Já temos certeza do que queremos. 

agradecer a Deus por ele:
***

Essa foi uma parte do diálogo que tiveram no segundo dia de namoro, quando estavam numa pizzaria. Se fosse hoje, talvez ele fizesse um pedido um pouco diferente, quem sabe usando alguns recursos tecnológicos. Mas, isso aconteceu há mais de 27 anos atrás.
Ela tinha 25 anos e ele, 26. Já sabiam mesmo o que queriam? Sim, com certeza! A fé em Deus confirmara isso em seus corações e um pouco do que tinham vivido já ensinara ambos a escolherem melhor os passos a serem dados.
Ela tivera medo e desprezo por esse passo anos atrás, quando presenciava as brigas entre seu pai e sua mãe. Casar para quê - pensava ela anos antes – para viver num inferno? Até que aos 20 anos, conheceu pessoas que tinham um casamento baseado no amor e respeito. E claro, desejou ter aquilo também. Quem não quer ser feliz?
Tinham sido apresentados no ano de 1985, porém nunca pararam para conversar de verdade, somente cumprimentos à distância e nada mais. Mas a figura dela o agradava, lhe era simpática. Em primeiro de abril de 1989, finalmente seus olhares se cruzaram e ele a “enxergou” de verdade. Plano divino para a vida de uma garota que não acreditara no casamento, mas que naquele momento sonhava em viver um grande amor, ser querida e respeitada por alguém que a quisesse para a vida inteira, não somente por alguns instantes.
Mas, por que casar assim tão rápido? Por causa da profissão dele, não seria possível estarem juntos para se conhecerem de verdade presencialmente por mais nove meses até que ele voltasse de viagem, pois era marítimo e fazia longas viagens ao Japão naquela época. A forma de estarem juntos e se conhecerem melhor era mesmo casando e estando com ela em qualquer lugar do mundo sempre que fosse possível. Esse foi o principal motivo do pedido. Mas também porque não eram mais crianças e sabiam o que queriam.
Casaram-se dois meses e meio depois. Se foi chocante a decisão de casar assim, rápido? Claro que sim! As pessoas que viviam ao redor tiveram dois tipos de reação: algumas ficaram muito felizes e empolgadas com a ideia e outras ficaram chocadas e preocupadas. Teve gente que imaginou que ela estivesse grávida. Teve gente que achou que ela estivesse desesperada para casar, mas não estava, achava até que nunca fosse acontecer e estava meio conformada com essa ideia, afinal, fazia cinco anos que não namorava ninguém.
Casaram-se e foram namorar, descobrir as preferências um do outro, as atitudes em relação à vida, o jeito de ser frente às dificuldades, enfim, se conhecer de verdade. Há casais que namoram por anos e não ficam muito tempo casados.
Casaram-se e a casa tinha o quarto completo, fogão, geladeira e uma mesa na cozinha – o básico necessário para iniciar uma vida a dois, mas já tinham muito amor um pelo outro. Com o tempo, foram juntos adquirindo a mobília para os demais cômodos da casa e o legal nisso, é que já sabiam um pouquinho do que o outro gostava.
Casaram-se e estão juntos há mais de 27 anos. Apostaram na felicidade, sentiram-se no direito de serem amados, optaram por trilharem juntos a vida a dois, acreditando no amor e na cumplicidade. A maioria das decisões que tomaram ao longo desse tempo, foram em conjunto (exemplo: quanto a comprar algo para casa). Impossível andar juntos se não houver acordo, isso é bíblico.
Casaram-se e a paixão dos primeiros tempos foi transformada em amor. Construíram uma família pequena por escolha de ambos. É óbvio que enfrentaram muitos problemas durante essa jornada, mas completam-se e nos momentos mais difíceis se unem para dar a volta por cima.




Essa é minha história de vida junto ao meu marido. Com ele aprendi a amar de verdade e a me entregar de corpo e alma à nossa relação.

Minha gratidão é pela vida e pelas escolhas que fiz ao longo dela.
Gratidão também pelo amor que recebo e retribuo.




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*** O casal Amar é… foi inventado por Kim Grove Casali. A criação veio com bilhetinhos amorosos que enviava para seu futuro esposo Roberto Casali na década de 60. A partir daí, as figuras ganharam fama no jornal Los Angeles Time. Até hoje, pode ser encontrado em bancas, editores e na internet.

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Aproveite o amor de pertinho



Durante a semana, encontrei o texto abaixo, rodando na internet, pelo Facebook e WhatsApp. Me emocionei ao ler e me identifiquei. Fala sobre os filhos e como de repente eles crescem e amadurecem.

“Aproveite o amor de pertinho... 
Um dia, assim, do nada, ele vai parar de chamar para dar o beijo e fechar a janela antes de dormir. Um dia assim... do nada. 
Ele vai trancar a porta do banheiro para tomar banho, vai estudar sozinho para prova, vai receber a ligação de um amigo. 
Vai ligar o micro-ondas e esquentar o próprio leite de manhã.
Um dia, ele vai fazer um bolo para você e a própria panqueca. E vai compreender, sem chorar ou reclamar, que não precisa de outra mochila para começar o ano escolar. Ele vai parar de deixar todos os brinquedos espalhados pela casa... porque não vai mais brincar tanto.
Um dia, sem avisar, ele vai crescer. E você vai se orgulhar de quem ele é agora. Da semente que plantou. Vai olhar e ver que tudo que fez compensou, valeu a pena. 
Mas até lá, aproveite o cansaço de ninar o seu bebê todos os dias, aproveite a falta de espaço na cama com seu filho no meio, aproveite enquanto cabe todo mundo na cama. A falta de tempo e energia para namorar. Aproveite a desobediência, aproveite o barulho, o cheiro, o andar tropeçando em brinquedos. 
Aproveite o trabalho, a preocupação, a tarefinha da escola, o bilhetinho de dia das mães. 
Aproveite o amor de pertinho, enquanto eles são crianças...
Um dia você vai lembrar que ele não te chamou para dar o beijo na hora de dormir, e vai lembrar que ele só gostava de dormir no colinho, ou na sua cama...
Seu coração vai apertar e você vai chorar... eu chorei... Mesmo adorando tudo que ele é agora, amando tudo que ele faz e a relação que temos hoje. Mas ele não cabe mais no colo, só no coração mesmo...”
Paula Jácome

O tempo passa muito rápido e quando percebemos, lá se foram os anos... eles já cresceram.
No ano passado, minha filha começou a fazer o curso de Psicologia numa faculdade que fica a mais de 600 km de distância daqui de casa. Cresceu e já está trilhando seu caminho. Mas, sinto muita falta dela, apesar de nos falarmos quase todos os dias.
Sempre, quando vejo mães com crianças pequenas, aconselho a fotografar muito, porque no futuro é muito legal sentar e relembrar os momentos que viveram juntos.
Tenho muitas fotos da minha filha e babo toda vez que as vejo. Tenho o Álbum do Bebê com informações de quando ela nasceu, a pulseirinha da maternidade, um cachinho de cabelo de quando era pequena.
Guardei todos os dentes de leite, inclusive os quatro dentes do siso ela me deu. Rsrs
Lembro que sempre antes de dormir, deitava ao meu lado em minha cama e me abraçava. Ela está com 20 anos e até pouco tempo atrás ainda fazia isso.
Sou fã incondicional de minha filha e sempre fomos muito amigas.
Sou grata pela única filha que tenho e brinco que é a minha predileta. Na verdade, Predilet, porque seu nome é Letícia e a chamamos de Let.
Sou grata pela oportunidade que tenho de ser mãe da Letícia, cujo significado do nome é “alegria”. Realmente, ela trouxe muita alegria ao nosso lar. Agora, traz alegrias de outra forma, ao se empenhar nos estudos para a carreira que escolheu.


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