Resolvi escrever um pouco sobre minha mãe e sobre eu ser mãe, porque em breve comemoraremos o Dia das Mães.
Quando a gente é mãe, a gente é mãe todos os dias, mas infelizmente há
filhos que só percebem isso nesse período. Então, vamos comemorar e que elas sejam lembradas e homenageadas nesse dia.
Já escrevi aqui no blog sobre Como Surgiu o Dia das Crianças aqui em casa e hoje vou escrever um pouco Como Surgiu o Dia das Mães.
Um pouco de história
Anna Jarvis perdeu sua mãe, Ann Marie Reeves
Jarvis, em maio de 1905, na cidade de Grafton, no estado da Virgínia Ocidental,
EUA. Com a morte da mãe, Anna, diante do sofrimento e da dor que sentiu,
decidiu organizar com a ajuda de outras moças, um dia especial para homenagear
todas as mães e para ensinar às crianças, a importância da figura materna.
No caso do Brasil, o Dia das Mães foi comemorado
pela primeira vez em 12 de maio de 1918, na Associação Cristã de Moços de Porto
Alegre. Mas foi somente em 1932 que o Dia das Mães passou a ser celebrado em
todo segundo domingo do mês de maio.
Um pouco sobre minha mãe
Eu tinha uns 4 aninhos e lembro de minha mãe brincando de
casinha comigo. Foi minha primeira amiga, minha primeira fã, minha
primeira professora (foi mesmo quem me alfabetizou). Me deu o primeiro beijo,
me deu o primeiro banho e me deu o primeiro alimento saudável (mamei muito!).
Ela sempre me contou como a hora do meu nascimento foi tranquila.
Havia feito uma mudança no dia anterior e estava muito cansada. No início
da noite, começou a sentir algumas dores e dirigiu-se ao hospital. A parteira a
atendeu, examinou e disse que não estava na hora ainda. Mas, como já estava um
pouco tarde, sugeriu a ela que dormisse lá mesmo. Vale a explicação de que
minha mãe trabalhava num outro hospital da região, assim como duas de suas
irmãs e a parteira a conhecia. Serviu-lhe um copo de leite e foi colocada para
dormir. Quando acordou, à 1 hora da manhã, eu estava nascendo. Não sentiu as
contrações, o rompimento da bolsa amniótica e nem nada. Só me percebeu saindo
num parto mais do que normal. Sempre fez questão de me dizer que não dei
trabalho para nascer.
Hoje já é idosa (completará 80 anos em breve), mas, apesar de ter
sete filhos, percebo o carinho que transborda dela quando me vê ou ouve minha
voz. Não enxerga direito e às vezes se confunde, mas quando chego perto e
pergunto se sabe quem sou, ela diz "é Raquel!" e ri como se eu ainda
fosse uma criança, a sua menininha. Na fase de adolescência, fui rebelde e dei
muito trabalho a ela, mas um dia "acordei" e passei a dar o valor que
merece. Amo minha mãe!
Um pouco sobre eu ser mãe
Eu nunca sonhei em ser mãe, não sei se isso foi porque tive muitos
irmãos ou talvez por ser medrosa e achar que a hora do parto seria o fim do
mundo. Quando me casei, porém, parei para pensar: que graça teria estar casada e não
ver um fruto dessa união? Comecei
a imaginar como seria a "mistura" de nós dois (eu e meu marido) e
então comecei a aceitar a ideia. Demorou 6 anos e 9 meses para isso acontecer,
porque preferimos esperar um pouco.
Na época em que me casei, meu esposo trabalhava viajando em navios
mercantes e algumas vezes ficava meses fora de casa. Eu o acompanhei em viagens
ao exterior e pela costa do Brasil. Ficávamos então imaginando como seria
difícil se tivéssemos uma criança que só poderia embarcar para o exterior
quando completasse 3 anos. Eu não poderia mais viajar com ele por um bom tempo.
Além disso, esposa de marítimo acaba sendo mãe e pai dos filhos. Eu não me
sentia segura para isso e decidimos esperar. Ele saiu da Marinha Mercante e no
ano seguinte nossa filha nasceu.
Só me senti realmente grávida quando vi meu bebê no exame de Ultrassonografia,
já na 14ª semana de gestação. Esse foi o momento em que realmente percebi que
seria mãe. E agora, o que
fazer? Me preparar, é claro! Mas como? Me cuidar, seria a melhor forma. Me
alimentar bem, dormir bem, praticar atividade física, evitar aborrecimentos e
stress...
Não tive enjôos e a grande diferença foi que a barriga começou a
crescer. Tive uma gravidez muito tranquila e feliz. Na verdade, me sentia em
"estado de graça", curti muito.
Passei a comer melhor, fazia ginástica para gestante e
hidroginástica algumas vezes por semana. Comprei o Diário da Mamãe e fiz todas
as anotações de tudo o que me acontecia nesse período. Tenho registrado todas
as consultas ao obstetra, meu peso e o desenvolvimento do bebê.
Resolvi que quando meu bebê nascesse, pararia de trabalhar fora de
casa, para cuidar dele. Meu marido me apoiou nisso, porque não havia
necessidade de deixar o bebê em uma creche desde pequeno. Na época, além de dar
aulas de informática no Senac de Santos e na franquia de um amigo, trabalhava
também em home office.
Quando ela nasceu, permaneci somente com o home
office.
Até a hora do parto, achei que fosse um menino, porque nas três
ultrassonografias ela havia travado as perninhas e não deixou nada visível. Foi
uma grata surpresa para mim e para o pai.
Então, me tornei mãe
Quando ela nasceu, trouxe muitas alegrias para nosso lar, mas
também muito trabalho, porque um bebê dá mesmo muito trabalho. Quando me vejo
em fotos do período em que ela era pequena, me acho "acabada". Não
tinha tempo de me cuidar direito porque toda a atenção era para ela. Eu não era
mais dona de mim e nem de costas para ela eu podia virar. Se ela não visse meu
rosto, chorava. Eu curti muito por um bom tempo, mas me senti muito esgotada
fisicamente também. Eu não tinha tempo para brincar com ela, até por causa do
trabalho, mas o pai chegava em casa do trabalho, sentava com ela e brincava.
Ainda bem que só tive uma filha mesmo. Mas, passou, ela cresceu e tudo isso
fica só na lembrança e no coração.
O trabalho e preocupações que surgem quando um filho cresce, são
outros. Hoje, com 20 anos e morando em outro Estado para estudar, me preocupo
se está comendo direito e se está dormindo direito. Me preocupo, se precisa de
algo que eu possa fazer ou se quer que eu vá estar com ela por um período. Me
preocupo, se sinto que está um pouco triste e tento animá-la.
Penso em minha mãe, criando sete filhos, uma heroína!
Bem, resolvi escrever esse texto porque me sinto muito grata por ser mãe.
É um privilégio das mulheres, gerar filhos. E quando não conseguem, podem se tornar mães gerando o filho no coração.
FELIZ DIA DAS MÃES A TODAS AS MAMÃES DO MUNDO!
Esse texto faz parte da Blogagem Coletiva Café com Blog, cujo tema escolhido foi Mamãe querida.
Creio mesmo que as mães representam as muitas faces do amor de Deus. Parabéns a todas as mães.
ResponderExcluirLindo texto!
Muito rico o texto e de sentimentos puros.
ResponderExcluirQuel:
ResponderExcluirBelas histórias de amor e afeto.
beijocas
Caramba, Quel, sua mãe teve sete filhos!? Eu não tenho família grande assim, então sempre assusto com pessoas vindas de família onde os pais tiveram mais de 4 filhos.
ResponderExcluirNão sou mãe, mas me pego pensando as vezes angustiada sobre como a minha vida mudaria caso eu o fosse. Não que eu não queira a maternidade, mas não me vejo nem um pouco preparada num período de, pelo menos, 8 anos. Parabéns pelo seu dia e pelo texto, amei!
Quel, fico imaginando mesmo como foi pra sua mãe criar 7 filhos...
ResponderExcluirMinha avó materna teve 7 filhas, no começo do século, quando não era tão tão "vantajoso" assim ter só filhas mulheres. Penso nela, na vida que teve, na vida que minha mãe e minhas tias tiveram...
Todas foram mães, exceto a mais nova, e penso nisso também, sobre como é não ter filhos em uma famíla onde todas as irmãs tem...
Tantas questões a maternidade, ou a não-maternidade, suscitam, né?
beijossss
Raquel... que linda sua história e de sua mãe. Realmente, ter sete filhos não é para qualquer uma! Muito linda a forma como você escreveu e contou sua experiência de mãe. Minha filha faz 3 aninhos este mês e fico pensando como será quando ela tiver 20 como a sua... com certeza serão outras preocupações... parabéns pelo dia das mães, que é todo dia!!! Bjs.
ResponderExcluirMuito lindo seu blog convido você a conhecer meu espaço no link www.blogosomdaalma.blogspot.com.br
ResponderExcluirSabe eu não queria ser mãe, engravidei após 7 anos de casada e decidi "adotar" minha barriga. A cada dia que passa me sinto mais e mais presenteada por ter encontrado essa criatura maravilhosa que me transformou em mãe. Hoje estamos distantes também, ela estuda em outra cidade, mas me liga sempre e assim me mantenho mãe, mesmo a distância.
ResponderExcluirMuita Luz e Paz!
Abraços
Que lindo post, Quel!
ResponderExcluirAdorei conhecer sua mãe por aqui! Também adorei saber sobre a sua maternidade.
Eu sou doida por navios, sabia? Acho muito bacana quem trabalha ou trabalhou nesta área.
Toca aqui, amiga! Também ficava ACABADA...feliz, mas mortinha...rs
Bjs
Claudia
Boa tarde, querida Quel!
ResponderExcluirColcoando em dia os comentários...
Gerar filhos é um Dom divino precioso e agradeço tmabém por ter podido gerar e cuidar de 3...
Bjm muito fraternal