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Imagem: Pexels |
Meu
marido conta que quando criança, seus pais partiam com outras famílias e
faziam piqueniques na praia. Normalmente as praias escolhidas eram Itaipu ou Araruama em Niterói/RJ. Eram seis filhos, mas eles conseguiam colocar todos
dentro do carro e seguiam. Naquela época, quem não cabia sentado nos bancos,
viajava no porta-malas e isso era o máximo para as crianças.
Quando
lá chegavam, colocavam quatro carros de tal forma que conseguiam estender uma
lona por cima e assim organizavam tudo e passavam o dia.
As
crianças brincavam o dia inteiro, curtindo junto aos amigos e primos que também lá chegavam, numa espécie de caravana.
De vez em quando, ele me conta algumas histórias vividas nessas oportunidades, descrevendo tudo com
muito carinho. Lembra do quanto era bom passear com seus irmãos e da comidinha
gostosa que era preparada por sua mãe, sua tia, as vizinhas e outras senhoras
do grupo. Elas preparavam antecipadamente os lanches para fazerem esse tipo de piquenique
à beira-mar, que na verdade era uma festa.
Algumas
situações ou casos engraçados aconteciam nesses eventos. Uma
certa vez, enterraram uma melancia inteira na areia para conservá-la, assim na
hora de comer ela estaria fresquinha. Mas, na hora de pegá-la para cortar e distribuir,
ninguém lembrava exatamente onde tinha sido enterrada. Foi o maior “auê” com
todos procurando a melancia. Por causa da empolgação, quando acharam, saíram
correndo e a pessoa que a segurava caiu junto com ela, que se espatifou, ficou
cheia de areia, água salgada e acabou não sendo comida por ninguém.
Há
anos atrás, também fiz passeios assim, não com meus pais, mas com amigos. Íamos
com um grande grupo à Praia do Guaiuba, uma praia com muitas árvores que fica
no Guarujá/SP e fazíamos um piquenique delicioso. Outras vezes, fomos à Praia do
Forte em Praia Grande/SP e até churrasco de meca (o peixe que compõe o prato
típico de Santos) rolava. Passávamos o dia, conversávamos, curtíamos a praia e
comíamos muito. Era uma enorme festa também. Sou grata por ter tido a oportunidade de viver momentos tão legais.
Hoje
isso é conhecido como “farofada” e em minha cidade quando vemos alguém chegando
de fora com isopor, cestas e outras coisas, já dizemos que são “farofeiros”. O
mundo mudou muito e infelizmente por causa de alguns abusos, algumas leis
precisaram ser criadas. As praias ficavam muito sujas no final do dia, com
restos de comida deixados por esses “farofeiros”.
Hoje em dia, famílias ainda chegam em seus carros com sua comidinha preparada
previamente, mas a maioria é muito discreta. Algumas, mantém os alimentos no
próprio carro e quando precisam se dirigem a ele com os filhos para lanchar. Alguns
grupos enchem um ônibus e descem para passar o dia, mas esse tipo de
veículo não consegue permissão para permanecer estacionado na orla da praia. Quando
caminho no calçadão, vejo muitos deles e essas pessoas são chamadas de “turistas
de um dia”.
A
rede hoteleira não é beneficiada com estadias e os restaurantes não tem lucro com
esse tipo de turista. Mas, não se pode proibir as pessoas de se divertirem.
Muitas vezes essa é a única forma de curtir a praia atualmente, com o preço de tudo nas
alturas. E isso fica registrado na memória das crianças como eventos muito especiais.
E
você, já curtiu a praia em família ou com amigos? Já foi “farofeiro” por um
dia? Se nunca foi, não sabe o que é bom!
"Você só vive uma vez, mas se souber viver bem, uma vez é o suficiente." Joe E. Lewis
Esse texto faz
parte do desafio Imagem & Palavra do Café com Blog. A imagem que recebi é a que
está no topo do post.
Este texto participa também da Blogagem Coletiva Semanal #52semanasdegratidão de Elaine Gaspareto, cujo objetivo é valorizar e compartilhar nossas pequenas e grandes alegrias... nossas vivências e aprendizados.
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