Que sejamos sempre crianças, leves. |
Por ser hoje o Dia das Crianças, vou escrever um pouco sobre minha
infância e também sobre meu relacionamento com crianças em minha profissão.
Apesar de ter
vivido uma infância bem humilde, nunca faltou nada do essencial para mim e meus
irmãos. Deus nunca nos desamparou e sempre tivemos onde morar e o que comer.
Meu pai era uma pessoa doente (tinha insuficiência renal), mas mesmo sofrendo
nunca deixou de trabalhar para nos sustentar.
Tive uma infância
feliz! Amava ir à escola, gostava de estudar e alguns anos cheguei a ganhar
prêmios como a primeira da classe (no início dos anos 70, tinha isso). Quando
estava na 4ª série, fiz um trabalho sob a orientação de minha professora e por
ter sido escolhido como o melhor (pena que não me recordo do assunto), ganhei uma
viagem numa barca que fazia um passeio turístico aqui em Santos. Fomos ao
passeio, eu, minha irmã e meu pai e foi muito legal! Tínhamos uma foto, mas se
perdeu com o tempo.
Engraçado que a
primeira lembrança de "brincar" que tenho, é com a minha mãe brincando
de casinha comigo. Brincava também com meus irmãos de escolinha desde pequena e
amava. Acho que já corria em minhas veias o desejo de ser professora, tanto que
aos 9 anos tive meu primeiro aluno para ensinar Matemática. Ele era filho de
uma amiga da minha mãe, Ricardo, e devia ter uns 7 anos. Estava com
dificuldades e eu ajudei.
Nunca gostei de
brincadeiras que pudessem me machucar e tomava um cuidado danado pra evitar
isso. Mas o que realmente gostava de fazer, era ler. Os livros me fascinavam e
fico feliz que minha filha tenha herdado isso de mim. Adora um livro, muitas
vezes deixou de sair de casa para ficar lendo e até o cheiro dos livros a
fascina. Tem uma coleção enorme. Eu não tinha coleção alguma, mas quando ia à
casa de minha vó, por não ter primas da minha idade para brincar, me dirigia
direto às coleções dela. Lembro que o primeiro livro que li se chamava "A
Irmã do Simplício" - nem lembro mais da história, procurei na Internet,
mas ainda não tive acesso. Uma observação importante é que aos 5 anos, meu
irmão mais velho ia à escola (já tinha 6 anos), estava aprendendo a ler e eu
chorava querendo aprender também. Então minha mãe me alfabetizou e eu entrei na
escola sabendo ler e escrever. A mesma coisa aconteceu com a minha filha que
aos 3 anos chorava porque não sabia ler e as primas (mais velhas que ela,
claro!) já sabiam. Lembro bem da cena: "- Eu não sei ler!" e chorava.
rsrs Quando ela era bebê, compramos livrinhos de banheira e ela se deliciava com eles. Líamos para ela. Depois, adquiri um livro que ela apertava a letra e ouvia o som da mesma. Comprei também a Bíblia das Meninas e lia para ela uma historinha todas as noites. Com 4 anos ela já conhecia todas as letras e montava as sílabas, mas faltava o clique de uni-las. Aos 5 anos (no dia 2 de abril de 2002), ela estava na Pré-Escola e sua professora a pegou lendo o jornal. Hoje acaba tendo que ler muita coisa por
causa dos estudos e fica até cansada. Ainda bem que aproveitou bem o tempo
livre que tinha para ler o que gostava e nunca deixamos de investir na
aquisição de livros.
Recentemente
encontrei uma amiga com quem trabalhei durante quase oito anos numa escola. Na
época, ela era minha diretora e eu amava o meu trabalho como professora de
Informática. Dava aulas para crianças de 4 a 10 anos e me divertia muito com
eles. Infelizmente, a escola fechou as portas no ano de 2009 e eu, como os demais
colegas, fiquei muito triste. Esse foi o motivo pelo qual criei esse blog, para
fazer algo que não me deixasse no vazio em relação ao tempo, à experiência de transmitir conhecimento e continuar sendo útil de alguma forma. Naquele encontro, ela me disse "- Eu era feliz e não sabia!", ao que
respondi imediatamente: "- Ah, eu sabia sim!". Rimos um pouco sobre
isso e lembramos daquela época. Como fui feliz durante esse período! Lembro-me
dos meus alunos e dos colegas de trabalho com muito carinho.
Lembranças boas! |
Esse período me traz tantas lembranças boas! Eu não era chamada
de tia, pois era regra da escola os alunos chamarem as professoras de
"professoras". E os alunos dessa escola eram muito educados, nos
respeitavam como professores. Que saudades! Eles amavam essa aula! Era uma
festa porque eram utilizados softwares pedagógicos, joguinhos com desafios e aprendiam o básico da Informática também. Sei que levaram isso para a vida. Ficavam eufóricos quando os pegava para irem à sala de aula.
Fui muito feliz
durante quase oito anos em que tive o prazer de conviver com crianças bem de
perto.
Criança traz
alegria, é sincera em tudo que diz, é feliz independentemente do pouco ou do muito que tenha.
Na verdade, é o estado mais puro do ser humano. Que sejamos sempre como
crianças, puros.
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