Gratidão por mais uma etapa vencida - formatura

Há mais de 10 anos, desejei fazer um curso de Nutrição do qual tinha ouvido falar. Naquela época não tive a chance porque não tinha tempo, minha filha ainda era pequena e exigia muita atenção e cuidados, praticamente em tempo integral.

No entanto, o tempo passou e no ano de 2015, consegui me matricular para o Curso Técnico em Nutrição e Dietética no Centro Paula Souza. Estava sem trabalhar e não poderia pagar uma mensalidade em outra escola. Aparentemente seria um retrocesso para alguém que além de graduada, possuía duas pós-graduações, sendo uma feita pela USP. Mas, sonho é sonho e corri atrás dele. Me inscrevi, e apesar de estar distante há alguns anos de matérias como Português e Matemática, prestei um Vestibulinho (prova que se faz para entrar numa ETEC - Escola Técnica), passando em sétimo lugar.

Comecei com muita alegria esse curso que tinha prazer em frequentar todas as tardes de segunda a sexta-feira. Aprendi muitas coisas sobre Técnicas Dietéticas, Administração e Segurança no Serviço Alimentar, Higiene dos Alimentos, Diagnóstico da Alimentação Humana, Estruturas e Rotinas em Serviços de Alimentação, Educação Nutricional em Saúde Pública, Planejamento Alimentar, Boas Práticas em Unidades Produtoras de Alimentos, Gestão Profissional em Unidades de Alimentação, Gestão Operacional em Serviços de Alimentação, Terapia Nutricional e Gastronomia Hospitalar, Tecnologia dos Alimentos e Rotulagem Nutricional, além do desenvolvimento de um Trabalho de Conclusão de Curso. Ufa! Foi muito conteúdo estudado em três semestres. Pretendo escrever ainda um pouco a respeito de cada um desses componentes. Como citei na postagem anterior, tive alguns revezes durante o terceiro semestre, porque meu grupo se empenhava em preparar bons trabalhos. O elogio de uma professora ao meu grupo diante das demais colegas no final do segundo semestre, fez com que se sentissem diminuídas e isso criou um clima muito ruim que perdurou até o final do curso.

Fizemos muitas pesquisas, muitos trabalhos individuais, muitos trabalhos em grupo também, e sobre isso tenho que escrever um pouco mais.

Quando se inicia um curso onde não se conhece ninguém, há uma certa insegurança quanto a quem escolher para formar um grupo ou aceitar se for escolhida. A gente começa com quem senta perto, meio sem graça. Mas, como não sou criança, fui observando e percebi com quem gostaria de trabalhar se fosse possível. No final do primeiro semestre, já estávamos juntas, preparando alimentos no Laboratório de Nutrição. No segundo semestre, já iniciamos juntas para toda e qualquer tarefa em grupo que surgisse. Éramos cinco, mas uma delas precisou mudar de horário em função de trabalho. Permanecemos então as quatro até o final. Me apaixonei por elas, nos tornamos amigas e realizamos bons trabalhos. O interessante é que nossas gerações são totalmente diferentes, pois tenho 53 anos, uma tem 48, outra tem 30 e a nossa mascote tem 18 anos. Mas trabalhávamos com igualdade de interesse em tudo o que nos era solicitado.

As mais novas pretendem se graduar em Nutrição, mas eu não tenho interesse por ser um curso muito longo para mim. A outra colega também não se interessa.

Sou grata por tê-las conhecido e por termos curtido uma a outra durante esse período. Nosso lanche, sempre juntas, era sagrado! Dividia um copo de café com uma delas. Vou sentir falta disso, dessa interação que tivemos.

Suzana, Pâmela (a mascote) e eu. A foto ficou meio embaçada, mas não tinha outra.

Ontem foi nossa formatura. Infelizmente uma delas não pôde estar conosco por motivo de saúde, mas estava presente em nossos corações. Foi uma cerimônia demorada porque eram turmas dos vários cursos da ETEC. Quase ao final da cerimônia, quando a diretora pediu que alguns alunos ficassem em pé e fez uma homenagem aos que se destacaram durante o curso (um de cada turma), eu estava entre eles. Chorei, porque percebi que aquilo era um carinho da parte de Deus ao meu coração pelas tristezas que havia vivido. Carinho também por parte da diretora para com os alunos que se empenharam em dar o melhor de si durante o curso. Me emocionei muito. Foi um momento especial de estímulo a continuarmos crescendo.

Sou grata em primeiro lugar a Deus pela conclusão do curso. Não teria conseguido também sem o apoio do meu marido que me estimula sempre a aprender algo novo e sem o carinho da minha filha que me ajudou em alguns momentos em que precisei. 

Convidei algumas amigas que estiveram presentes para dividir comigo a alegria desse momento.

Amigas queridas há 38 anos. Torcem por mim sempre.

Este post participa da Blogagem Coletiva Semanal #52semanasdegratidão de Elaine Gaspareto, cujo objetivo é valorizar e compartilhar nossas pequenas e grandes alegrias... nossas vivências e aprendizados.